quinta-feira, 30 de março de 2017

Fundadores: O Povo

À espera do moliço
Construção de um dique na Gafanha

Na evocação de efemérides ocupam, por norma, as cadeiras de destaque os chefes naturais e oficiais, relegando-se para segundo plano, quando não são atiradas para o baú de inutilidades, as pessoas simples que deram corpo e alma a projectos que contribuíram para a formação do povo e para a construção das comunidades. 
Na Gafanha da Nazaré também aconteceu assim, não obstante se reconhecer hoje que os gafanhões foram, realmente, os primeiros obreiros esforçados, na labuta diária que imprimiram à transformação das dunas em terra de pão. Sem ajudas conhecidas, sem orientações capazes, sem infraestruturas onde pudessem escudar-se, sem ninguém por perto a quem se atrevessem a dirigir olhares de súplica.
E porque é difícil escolher nesse baú um ou outro nome, sem correr o risco de cometer injustiças graves, penso que a palavra Gafanhão encarna a melhor definição para o homem e a mulher que, de braço dado, deram vida e alma à criação da freguesia e paróquia, cujo centenário foi celebrado em 2010.
Honra, portanto, a esses bravos que nos legaram herança tão expressiva, como é a terra que habitamos.

Fernando Martins

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