quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Paróquia completa 107 anos de vida

Nós, os gafanhões, somos assim...


Prior Sardo

A paróquia de Nossa Senhora da Nazaré da Gafanha completa hoje 107 anos de vida. Não é uma data redonda, mas é uma data assinalável. É curioso como esta idade parece uma vida tão curta. Digo isto, porque tive o privilégio de conviver com gafanhões que, antes de 1910, lutaram para que a então povoação da Gafanha se tornasse independente e seguisse a sua vida, deixando, por isso, a casa materna.
Antes daquela data, que foi a consagração desse esforço, já o nosso povo andava a construir a nova igreja matriz, que foi inaugurada, ainda inacabada, em 14 de janeiro de 1912. Contudo, segundo Nogueira Gonçalves, a inauguração aconteceu em 1918, tendo o templo sido "produto de construtores locais". Como paróquia e freguesia nasceram juntas, como rezava a lei da monarquia, na altura própria as águas foram separadas, e ainda bem. A paróquia seguiu, como lhe competia, a valorização espiritual, cultural e social, e a freguesia voltou-se para o lado que lhe competia, procurando dar outras e variadas respostas, de vertente política, para bem da comunidade humana, na qual se insere a religiosa.
Hoje, porém, penso que se torna importante olhar o futuro com certezas de uma terra mais próspera, sob todos os pontos de vista. Mais próspera, tendo sempre presente que o progresso deve ser sustentado, isto é, com os pés bem assentes na matriz das nossas raízes e sem ofensas ao ambiente e às pessoas.
Os gafanhões atuais vieram um pouco de toda a parte. Há anos, a análise a um recenseamento dizia que por aqui habitavam pessoas de mais de mil origens. Mas pode dizer-se, sem iludir ninguém, que toda a gente foi integrada, naturalmente, sem conselhos fossem de quem fossem, e sem decretos que nos recomendassem atitudes a seguir, no sentido da aceitação dos outros. Nós, os gafanhões, somos assim: abertos, acolhedores, dinâmicos, amigos dos seus amigos, empreendedores e capazes de transformar as areias esbranquiçadas e estéreis das dunas em terra fértil.
Neste dia de aniversário permitam-me que recorde a importância de nos envolvermos, cada um a seu jeito, no progresso da nossa terra, no respeito pelos que nos antecederam e pelos que hoje apostam numa paróquia dinâmica e aberta ao mundo.

Fernando Martins

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