quarta-feira, 22 de março de 2017

Fundadores: Prior João Ferreira Sardo



O Prior Sardo é figura incontornável na história dos cem anos da freguesia da Gafanha da Nazaré. Gozou do privilégio de ser filho da nossa gente, irmão na fé e na determinação de quantos contribuíram para o desenvolvimento espiritual e social do nosso povo.
Educador das verdades proclamadas pela Igreja Católica, foi também político, ao jeito do tempo, lutando pela promoção da comunidade em várias frentes. E se, no dia a dia da sua missão pastoral, não esquecia as obrigações de pastor atento e responsável, como autarca procurou trazer a água ao seu moinho. 
O Padre Sardo, o sacerdote e o político, mas também o empresário, cedo terá compreendido que a Gafanha da Nazaré, como freguesia e paróquia, só teria a ganhar, ganhando também os gafanhões. 
Senhora do seu destino, independente da paróquia e freguesia de São Salvador, pensaria pela sua própria cabeça e poderia projetar-se no futuro escolhendo os caminhos mais acessíveis e delineando os rostos da sua identidade.
Com este carrego de ideias, juntou boas vontades, propagandeou projetos, defendeu princípios e pôs-se à frente de quem queria ser freguês da sua freguesia. E a freguesia nasceu e a paróquia continuou como elemento integrador dum povo.
Em escrito publicado no Boletim das Festas das Bodas de Diamante da Freguesia da Gafanha da Nazaré, o Padre José Fidalgo, sobrinho-neto do Prior Sardo, refere que «A estrutura moral deste sacerdote nota-se, sobretudo, na sua vida de serviço humilde à comunidade e de obediência colaborante ao seu bispo. Quantas dificuldades teve de vencer como capelão desta terra, onde as suas gentes misturavam uma religiosidade primitiva com uma superstição, envolvendo a vida do dia a dia! Nomeado pároco, cria um novo estilo de comunidade que vai desde uma catequese de crianças a adultos, de retiros para jovens (particularmente Filhas de Maria), de pregação da Palavra de Deus em tríduos e semanas.»
E mais adiante, sublinha, a propósito da Pia Batismal, que ele, «com tanto carinho», adquiriu para a igreja matriz: «Ele mesmo a recebeu em festa quando ela desembarcou ali para os lados da Cale da Vila. Ainda bem que ela hoje se encontra na nossa igreja, no lugar que lhe é próprio…»

Fernando Martins

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